Os mandados tiveram como alvo endereços comerciais e residenciais de agentes políticos na cidade de Pinheiro e Peri-Mirim, ex-agentes políticos do município de São Bento, sede de Associações de Agricultura Familiar da Baixada Maranhense.
Nesta
quarta-feira (23), a Polícia Federal deu cumprimento a 18 mandados de busca e
apreensão nas cidades de São Luís, Pinheiro, São Bento e Peri-Mirim, nos
endereços ligados a suspeitos de integrarem um esquema criminoso, que cometia
fraudes licitatórias, superfaturamento e simulação de fornecimento de gêneros
alimentícios da merenda escolar, com desvio de recursos públicos federais do
programa Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - Programa Nacional de
Alimentação Escolar (FNDE – PNATE).
stigações apontaram irregularidades em contratos firmados entre as prefeituras de Pinheiro, São Bento e Peri-Mirim e Associações de Agricultura Familiar. Sendo que foi identificado o desvio da quase totalidade dos valores recebidos, somando, no período de 2018/2021, cerca de R$ 3,8 milhões.
A operação,
intitulada de ‘5ª Potência’, foi realizada por meio da Delegacia de Combate à
Corrupção e Desvio de Recursos Públicos, que cumpriu os mandados expedidos pelo
Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
Segundo a
PF, o grupo criminoso se aproveitou da determinação contida na Lei 11.947/2009,
a qual prevê que, do valor total repassado pelo FNDE aos entes públicos para
custeio do PNATE, pelo menos 30% deve ser utilizado na compra de gêneros
alimentícios diretamente da agricultura familiar e do empreendedor familiar
rural local.
A Polícia
Federal destaca que, em apenas um ano, a Associação Rural contratada declarou o
fornecimento (já no final do ano letivo) de:
420 kg de
alface
200 kg de
cheiro verde
quase 35 mil
unidades de pão caseiro
350 kg de
erva vinagreira
40.600
unidades de banana, etc.
Os contratos
firmados pelas principais Associações Rurais investigadas, com indícios de
desvio da quase totalidade dos valores recebidos, somam, apenas com as três
prefeituras investigadas e no período de 2018/2021, cerca de R$ 3,8 milhões.
Os investigados
foram indiciados nos autos do Inquérito pelos delitos de:
fraude à
licitação (Arts. 89 e 90, da Lei 8.666/93)
desvio de
recursos públicos de prefeitos (art. 1, inciso I do Dec. Lei 201/67)
lavagem de
dinheiro (art. 1º - Lei 9.613/1998)
associação
criminosa (art. 288, CP)
peculato
(art. 312, CP)
corrupção
ativa (art. 333, CP).
Segundo a PF, a operação foi denominada de '5ª Potência' em referência a operação matemática ensinada nas escolas, que representa a multiplicação de fatores iguais várias vezes, se chegando a valores exponenciais, do mesmo modo como as exorbitantes quantidades de alimentos superfaturadas e em sua maioria não fornecida pelas entidades de fachadas para as escolas municipais.
O g1 entrou em contato com as prefeituras de Pinheiro, São Bento e Peri-Mirim e aguarda um posicionamento.Fonte. g1.globo.com/ma
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