Érika Bianca
Santos, de 17 anos, aguarda procedimento que deveria ter sido feito pelo
Sistema Único de Saúde (SUS), em São Luís.
A
adolescente Érika Bianca Santos, de 17 anos, de Imperatriz, cidade localizada a
629 km de São Luís, aguarda há quase quatro anos por um procedimento que
corrige arritmias cardíacas.
O
procedimento deveria ser feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em São Luís,
mas até o momento, não foi autorizado. O problema de saúde foi descoberto pela
família em 2016, quando ela tinha 13 anos.
A menina
mora com a mãe, as irmãs e avó e, com a ajuda delas, consegue resistir ao
tratamento. As marcas dos medicamentos, que são tomados por ela, estão pelo
corpo de menina.
"A
gente luta demais para encontrar uma cura para a Érika. Inclusive já fomos para
São Luís, falamos com o médico que atendeu ela lá, o Dr. Júlio, tentou fazer,
porque eu marquei, mas não deu certo", disse a avó da menina.
Durante essa
longa espera, a adolescente já sofreu três paradas cardíacas que deixaram
sequelas. Uma delas, é a impossibilidade da jovem fazer atividades físicas ou
qualquer outro tipo de esforço.
Segundo o
cardiologista Júlio César Queiroz, que acompanha a menina, ela deve ser
submetida a um procedimento complexo que não é realizado em Imperatriz.
Entretanto, a cirurgia é resolutiva e pode ser feita por meio do SUS.
"Ela
precisa fazer um exame chamado 'estudo eletrofisiológico' e posteriormente,
fazer um procedimento chamado 'aduação'. Ela já é uma paciente que teve muitas
complicações, por causa desse problema, já teve várias internações, ficou mais
de 40 dias na UTI e tem algumas cicatrizes pelo corpo por conta de não ter
realizado esse procedimento", explicou.
Em janeiro
de 2019 ela fez o primeiro exame, onde identificou o problema. Desde então, ela
tem tentado atendimento por meio do SUS e a avó, denuncia a demora para
realizar o procedimento.
"A
gente já foi em São Luís várias vezes, mas todo o tempo diz que tem problema lá
onde faz esse procedimento e dizem que agora, tá quebrado. Estamos esperando,
são dois anos de espera, eu não acredito que em dois anos isso não tenha sido
resolvido, é muito tempo para arrumar um equipamento", pediu.
Sem poder
fazer esforços, Érika precisa adaptar a rotina. E devido as condições
financeiras, ela não consegue adaptar a alimentação ao tratamento. Ela sonha em
um dia conseguir a cura e se formar em medicina.
"Eu não
pude fazer mais nenhuma atividade física, não posso fazer nada que eu me canso
e está sendo muito difícil para mim. Eu quero ser curada para voltar a fazer as
coisas que eu fazia antes e poder me formar em uma faculdade de medicina",
explicou.
Em nota, a
Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que a paciente não possui processo
de Tratamento Fora do Domicílio aberto com o estado e que em casos de TFD
intermunicipais, a responsabilidade de agendamento é da Secretaria Municipal de
Saúde.
A Secretaria
Municipal de Saúde disse que a paciente deu entrada no tratamento fora do
domicílio e faz acompanhamentos médicos em São Luís, desde então e aguarda a
realização dos procedimentos.
Fonte. g1.globo.com/ma