quinta-feira, 28 de julho de 2022

Adolescente espera por cirurgia cardíaca há quase quatro anos em Imperatriz

Érika Bianca Santos, de 17 anos, aguarda procedimento que deveria ter sido feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em São Luís.

A adolescente Érika Bianca Santos, de 17 anos, de Imperatriz, cidade localizada a 629 km de São Luís, aguarda há quase quatro anos por um procedimento que corrige arritmias cardíacas.

 O procedimento deveria ser feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em São Luís, mas até o momento, não foi autorizado. O problema de saúde foi descoberto pela família em 2016, quando ela tinha 13 anos.

 A menina mora com a mãe, as irmãs e avó e, com a ajuda delas, consegue resistir ao tratamento. As marcas dos medicamentos, que são tomados por ela, estão pelo corpo de menina.


 "A gente luta demais para encontrar uma cura para a Érika. Inclusive já fomos para São Luís, falamos com o médico que atendeu ela lá, o Dr. Júlio, tentou fazer, porque eu marquei, mas não deu certo", disse a avó da menina.

Durante essa longa espera, a adolescente já sofreu três paradas cardíacas que deixaram sequelas. Uma delas, é a impossibilidade da jovem fazer atividades físicas ou qualquer outro tipo de esforço.

 Segundo o cardiologista Júlio César Queiroz, que acompanha a menina, ela deve ser submetida a um procedimento complexo que não é realizado em Imperatriz. Entretanto, a cirurgia é resolutiva e pode ser feita por meio do SUS.

 "Ela precisa fazer um exame chamado 'estudo eletrofisiológico' e posteriormente, fazer um procedimento chamado 'aduação'. Ela já é uma paciente que teve muitas complicações, por causa desse problema, já teve várias internações, ficou mais de 40 dias na UTI e tem algumas cicatrizes pelo corpo por conta de não ter realizado esse procedimento", explicou.

Em janeiro de 2019 ela fez o primeiro exame, onde identificou o problema. Desde então, ela tem tentado atendimento por meio do SUS e a avó, denuncia a demora para realizar o procedimento.

 "A gente já foi em São Luís várias vezes, mas todo o tempo diz que tem problema lá onde faz esse procedimento e dizem que agora, tá quebrado. Estamos esperando, são dois anos de espera, eu não acredito que em dois anos isso não tenha sido resolvido, é muito tempo para arrumar um equipamento", pediu.

Sem poder fazer esforços, Érika precisa adaptar a rotina. E devido as condições financeiras, ela não consegue adaptar a alimentação ao tratamento. Ela sonha em um dia conseguir a cura e se formar em medicina.

 "Eu não pude fazer mais nenhuma atividade física, não posso fazer nada que eu me canso e está sendo muito difícil para mim. Eu quero ser curada para voltar a fazer as coisas que eu fazia antes e poder me formar em uma faculdade de medicina", explicou.

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que a paciente não possui processo de Tratamento Fora do Domicílio aberto com o estado e que em casos de TFD intermunicipais, a responsabilidade de agendamento é da Secretaria Municipal de Saúde.

 A Secretaria Municipal de Saúde disse que a paciente deu entrada no tratamento fora do domicílio e faz acompanhamentos médicos em São Luís, desde então e aguarda a realização dos procedimentos.

Fonte. g1.globo.com/ma

Nenhum comentário:

Postar um comentário